quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Não Caia na Deles



Aí galera, estou iniciando uma campanha contra o cigarro na nossa escola. Vamos nessa? Além de valer ponto na educação física, sua adesão vale saúde, vale vida!
Divulgue para os colegas. Cartazes valem 1,0 ponto, criação/participação em comunidade no Orkut valem, respectivamente 0,5 e 0,25. Fiquem espertos!


Tabagismo Passivo


Define-se tabagismo passivo como a inalação da fumaça de derivados do tabaco (cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo e outros produtores de fumaça) por indivíduos não-fumantes, que convivem com fumantes em ambientes fechados.
A fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados é denominada poluição tabagística ambiental (PTA) e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), torna-se ainda mais grave em ambientes fechados. O tabagismo passivo é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, subseqüente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool (IARC, 1987; Surgeon General, 1986; Glantz, 1995).
O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro. A absorção da fumaça do cigarro por aqueles que convivem em ambientes fechados com fumantes causa:
1 - Em adultos não-fumantes:
• Maior risco de doença por causa do tabagismo, proporcionalmente ao tempo de exposição à fumaça;
• Um risco 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto do coração do que os não-fumantes que não se expõem.
2 - Em crianças:
• Maior freqüência de resfriados e infecções do ouvido médio;
• Risco maior de doenças respiratórias como pneumonia, bronquites e exarcebação da asma.
3 - Em bebês:
• Um risco 5 vezes maior de morrerem subitamente sem uma causa aparente (Síndrome da Morte Súbita Infantil);
• Maior risco de doenças pulmonares até 1 ano de idade, proporcionalmente ao número de fumantes em casa.

Fumantes passivos também sofrem os efeitos imediatos da poluição tabagística ambiental, tais como, irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias e aumento dos problemas cardíacos, principalmente elevação da pressão arterial e angina (dor no peito).
Outros efeitos a médio e longo prazo são a redução da capacidade funcional respiratória (o quanto o pulmão é capaz de exercer a sua função), aumento do risco de ter aterosclerose e aumento do número de infecções respiratórias em crianças.
Os dois componentes principais da poluição tabagística ambiental (PTA) são a fumaça exalada pelo fumante (corrente primária) e a fumaça que sai da ponta do cigarro (corrente secundária). Sendo, esta última o principal componente da PTA, pois em 96% do tempo total da queima dos derivados do tabaco ela é formada. Porém, algumas substâncias, como nicotina, monóxido de carbono, amônia, benzeno, nitrosaminas e outros carcinógenos podem ser encontradas em quantidades mais elevadas. Isto porque não são filtradas e devido ao fato de que os cigarros queimam em baixa temperatura, tornando a combustão incompleta (IARC, 1987).

Em uma análise feita pelo INCA, em 1996, em cinco marcas de cigarros comercializados no Brasil, verificou-se níveis duas 2 vezes maiores de alcatrão, 4,5 vezes maiores de nicotina e 3,7 vezes maiores de monóxido de carbono na fumaça que sai da ponta do cigarro do que na fumaça exalada pelo fumante. Os níveis de amônia na corrente secundária chegaram a ser 791 vezes superior que na corrente primária. A amônia alcaliniza a fumaça do cigarro, contribuindo assim para uma maior absorção de nicotina pelos fumantes, tornando-os mais dependentes da droga e é, também, o principal componente irritante da fumaça do tabaco (Ministério da Saúde, 1996).

Fonte: Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer - INCA.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

1 de setembro: Dia do Profissional de Educação Física

Estudo conclui que o professor de educação física não leva adolescente a prática de atividade física

Diversos fatores levam os adolescentes à prática de atividades físicas, mas o professor de educação física não é um deles. A conclusão é de um estudo feito por pesquisadores da Universidade do Porto, em Portugal, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.

O estudo de revisão da literatura científica publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, no entanto, aponta divergências entre as pesquisas que abordam determinantes demográficos, biológicos, psicológicos e socioculturais da prática de atividades físicas entre adolescentes.

Além disso, o trabalho apontou que a condição socioeconômica elevada e a participação da família influenciaram positivamente a prática de atividades pelo adolescente. O dado mais preocupante foi que o professor de educação física pareceu não representar um fator propiciador da atividade física.

“É importante perceber que um comportamento tão complexo e multifatorial, como é a atividade física, não é explicado por uma única variável, ou por uma teoria interpretativa qualquer. Uma conclusão bem relevante das pesquisas epidemiológicas de natureza analítica é que, da variável total da atividade física, a percentagem atribuída aos fatores determinantes se situa entre os 10% e 30%”, afirmou um dos autores do estudo, André Seabra, professor da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, à Agência FAPESP.

Na revisão foram incluídos apenas estudos efetuados com amostras superiores a cem adolescentes com idades entre dez e 18 anos, que adotaram delineamentos de pesquisa transversal e que utilizaram questionários.

Para a pesquisa dos artigos foram consultadas as bases de dados Medline e SportDiscus, entre 1977 e 2006, utilizando-se as palavras-chave em inglês “physical activity”, “sport participation”, “demographic-biological and social-cultural determinants” e “adolescents”.

De acordo com Seabra, é natural que os resultados encontrados sejam divergentes, mas é preocupante que não haja algum consenso a respeito da influência positiva do professor de educação física na atividade física dos alunos, visto que ele deveria ser um dos principais motivadores nessa relação.

“Não existe outro grupo social que esteja tão bem preparado para prevenir a inatividade física como o dos profissionais de educação física. Esse grupo profissional terá efetivamente, a muito curto prazo, de estar envolvido no desenvolvimento e implementação de estratégias e programas que tenham como principal objetivo o aumento dos níveis de atividade física de crianças e adolescentes”, afirmou.

A disciplina de educação física, que segundo o professor português tem sido historicamente justificada pelos objetivos de caráter físico, social e moral, precisaria englobar em seus programas objetivos da área da saúde pública. “É importante destacar que o principal desafio que se coloca atualmente a esses profissionais é o de conseguir atuar em conjunto com os profissionais da saúde pública”, enfatizou.

Segundo Seabra, a execução do estudo foi difícil devido à diversidade de conceitos e expressões utilizados. Em muitos dos trabalhos epidemiológicos analisados, conceitos como atividade física e prática esportiva eram freqüentemente utilizados como sendo sinônimos quando, na realidade, refletiam estruturas conceituais e operacionais distintas.

“Um outro aspecto não mencionado no texto, mas também considerado, disse respeito à região geográfica em que a investigação foi sido realizada. Como se sabe, tentar extrapolações de resultados provenientes de diferentes regiões é uma tarefa problemática, dado que, realidades históricas, sociais, culturais, políticas, econômicas e climáticas distintas têm influência muito diversa na atividade física”, explicou.

A idade se mostrou um dos determinantes biológicos mais estudados. A grande maioria dos trabalhos concordou que a atividade física é um comportamento que tende a diminuir em ambos os gêneros à medida que a idade aumenta. “No entanto, salientamos a existência de algumas pesquisas, realizadas por exemplo em Portugal, que mostram um aumento dos níveis de atividade física com o aumento da idade”, disse.

Tal pai, tal filho

O estudo também ressalta o fato de que os hábitos de atividade física na família ajudam a influenciar as atividades físicas. Segundo o trabalho, os pais e os pares parecem ser o elemento crítico no desenvolvimento da criança e do jovem em realização ao interesse e à participação nesse tipo de atividade.

“Parece ser evidente, na literatura consultada, que os pais ativos tendem a ter filhos igualmente ativos. Essa influência positiva dos progenitores se verifica por meio da modelação de comportamentos e das oportunidades de participação em atividades físicas e de acesso a equipamentos desportivos”, disse o professor da Universidade do Porto.

O estudo identificou que, na literatura, o aspecto socioeconômico também foi um fator determinante na prática de atividade física. Mas, segundo Seabra, os resultados são pouco consensuais, não permitindo identificar com clareza o sentido e a magnitude dessa associação.

“Tivemos alguns problemas na análise da leitura, uma vez que eram diversas as formas de avaliação do estatuto socioeconômico, como rendimento familiar, formação acadêmica, atividade profissional. Apesar dessas dificuldades, a grande maioria das pesquisas parece mostrar que as crianças e adolescentes de baixa renda tendem a estar em desvantagem na prática de atividade física”, apontou.

O problema principal reside, segundo ele, na hierarquia de cada um dos aspectos estudados. Por conta disso, seria importante identificar e hierarquizar a contribuição que diferentes fatores têm na explicação da atividade física. “Só dessa forma seria possível desenvolver programas de intervenção que contribuíssem para a diminuição dos baixos níveis de atividade física evidenciados entre adolescentes”, disse.

Seabra defende a necessidade de se efetuar um reformulação nos programas de disciplina de educação física, principalmente em relação objetivos e das matérias e conteúdos, de forma a conseguir manter altos níveis de participação, motivação e prazer nas crianças e adolescentes pela prática de atividade física.

“Em uma sociedade em que hábitos e comportamentos dos indivíduos parecem contribuir significativamente para o aumento da epidemia das doenças cardiovasculares e crônicas, existe uma clara razão para orientar parte dos objetivos da disciplina de educação física na área da educação para a saúde e a aquisição conseqüente de estilos de vida mais ativos”, destacou.

Fonte: Agência FAPESP

Destaque: Ilusión